Círio de Nazaré: padre capixaba que vive em Belém recebe fiéis do ES e vira guia turístico pela cidade
Padre capixaba celebra o Círio de Nazaré e acolhe fiéis do Espírito Santo no Pará Arquivo Pessoal O padre capixaba Devair Nunes Delgado, natural de Nova Ve...

Padre capixaba celebra o Círio de Nazaré e acolhe fiéis do Espírito Santo no Pará Arquivo Pessoal O padre capixaba Devair Nunes Delgado, natural de Nova Venécia, no Norte do Espírito Santo, vive há 12 anos em Belém. Ele trocou a terra natal pela missão na Amazônia e, desde então, passou a fazer parte de uma das maiores manifestações religiosas do país: o Círio de Nazaré, que começou oficialmente nesta sexta-feira (9). No período da festa católica, o padre recebe conterrâneos do Espírito Santo e se "transforma" em guia turístico pela cidade. Ao longo de 15 dias, são realizadas 14 procissões, que compõem um extenso calendário de celebrações e homenagens à padroeira do Pará, Nossa Senhora de Nazaré. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp Este ano, Belém celebra a 233ª edição do Círio de Nazaré com a expectativa de receber mais de 2,5 milhões de fiéis. O ápice da festividade acontece neste domingo (12), com a grande procissão que percorre as ruas da cidade. Experiência de fé e acolhida Aos 48 anos, o pároco na Paróquia Santo André Apóstolo, em Ananindeua, contou que foi ordenado padre no Pará, em 2020, e sempre se dedicou ao Círio. Padre Devair Nunes Delgado, natural de Nova Venécia, no Norte do Espírito Santo, vive há 12 anos em Belém. Arquivo Pessoal "Não dá para descrever com palavras o Círio. A pessoa precisa viver para sentir. É uma emoção enorme e grande demonstração de fé. Muitas pessoas caminham de joelhos, outras ajudam como voluntários, distribuem água ou levam objetos como forma de agradecimento por uma vitória alcançada", contou Devair. Ele contou que durante os anos morando no Pará sempre recebeu capixabas para viver essa experiência de fé ao seu lado. A comunidade onde serve está sempre de portas abertas para acolher os fiéis de outros estados. "Tenho o compromisso de levar aos lugares turísticos e históricos da cidade. Apresento esses lugares para que conheçam um pouco da história de Belém. O Círio, a Basílica de Nazaré, Catedral da Sé, o Mangal das Garças, o Forte do Presépio, além do maior mercado público do estado, o Ver-o-Peso. Conhecem o tacacá, a maniçoba e a caldeirada, porque a moqueca é só a capixaba", brincou o padre. Ele contou que nunca mais foi a uma praia de água salgada depois que conheceu as de água doce do Pará, e disse que, por incrível que pareça, sempre encomenda jiló para quem sai do Espírito Santo para visitá-lo. Milhares de romeiros estão a caminho de Belém para o Círio de Nazaré "E quando alguém vem de Nova Venécia, trazem o doce de leite e a manteiga de lá, que têm sabores inconfundíveis", relembrou. O jornalista Romulo Benha mora em Vila Velha, na Grande Vitória, e participou pela primeira vez do Círio em 2024 ao lado de amigos do Espírito Santo. Contou que foi recebido pelo padre Devair, que apresentou os principais pontos da cidade durante as festividades. Há muitos anos, Romulo trabalha na Festa da Penha, festa em homenagem à padroeira do Espírito Santo. A festividade é a maior celebração religiosa do estado e a terceira maior manifestação religiosa do país, ficando atrás apenas do Círio de Nazaré, no Pará, e da Festa de Aparecida, em São Paulo. Romulo Benha esteve no Círio em 2024 e trabalha na Festa da Penha no Espírito Santo Arquivo Pessoal "Minha relação com Nossa Senhora de Nazaré começou em uma experiência missionária na Amazônia. Quando conheci sua história fiquei apaixonado e, desde então, sou devoto. Já a minha história com Nossa Senhora da Penha é uma tradição de família. Sempre tivemos uma devoção por ela, e quando minha mãe faleceu, ela sempre foi um refúgio e proteção. Ambas as festas são expressões vivas do amor e da devoção da Igreja Católica", contou Romulo. Ele disse que foi recebido com muita alegria pelos paraenses e quer voltar mais vezes ao Círio. Disse ainda que a cultura do Pará é única, desde a fé à culinária. "A forma com que o paraense expressa sua identidade é apaixonante. Vale muito a pena conhecer o Pará e suas manifestações culturais, religiosas. É uma experiência única e indescritível. O Círio é uma fé palpável, é possível contemplar o amor e a devoção de tantos irmãos e irmãs. Fui abraçado por uma fé encarnada, senti que Nossa Senhora de Nazaré acolhe a todos sem distinção", reforçou. Romulo Benha é capixaba e participou do Círio de Nazaré no Pará e também da Festa da Penha no Espírito Santo Arquivo Pessoal Patrimônio Cultural da Humanidade Realizado há mais de 230 anos, o Círio de Nazaré é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade e considerado uma das maiores procissões católicas do mundo. A romaria principal percorre cerca de 3,6 quilômetros pelas ruas de Belém, conduzindo a imagem de Nossa Senhora de Nazaré da Catedral da Sé até a Basílica Santuário. Mas a festa vai muito além do trajeto: ao longo de duas semanas, a capital paraense se transforma em um grande cenário de devoção popular, com novenas, traslados fluviais, procissões e manifestações culturais que mobilizam gerações inteiras de famílias. Tradicionalmente, promesseiros puxam a corda que acompanha a berlinda como forma de agradecimento ou pedidos à santa, em cenas de emoção que marcam profundamente quem participa pela primeira vez. Círio de Nazaré 2024 g1/TV Liberal Padre participa do Círio de Nazaré no Pará com Capixabas Arquivo Pessoal Padre celebra o Círio de Nazaré e acolhe fiéis do Espírito Santo no Pará Arquivo Pessoal VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo